A técnica que transforma animais em memórias eternas
Biólogo e taxidermista Rodrigo Ribeiro de Freitas, responsável pelas exposições de animais na UNESC, apresenta a técnica durante evento no Clube de Tiro Fumacense e destaca seu valor para caçadores e tutores de pets
A taxidermia, é a prática de preservar e expor animais de forma realista. Essa arte secular tem suas origens em técnicas usadas por antigos caçadores e naturalistas, evoluindo ao longo dos séculos para se tornar uma prática que mescla ciência, habilidade manual e profundo conhecimento da anatomia animal. A palavra "taxidermia" vem do grego "taxis" (arranjo) e "derma" (pele). Essa prática consiste em preservar a pele de um animal, mantendo-a em um estado que permite moldá-la e fixá-la em uma estrutura que simula a forma e a posição naturais do animal em vida. O processo exige habilidades que vão desde a escultura e costura até o uso de produtos químicos para conservação.
Historicamente, a taxidermia era comumente associada a troféus de caça, mas seu uso ultrapassa essa fronteira. Atualmente, é amplamente empregada em museus e centros de pesquisa para educação e preservação da biodiversidade. Exemplares empalhados ajudam na compreensão de espécies extintas ou ameaçadas, além de serem usados em estudos de comportamento animal. Museus de história natural são os maiores beneficiários dessa prática, permitindo que o público conheça animais que, de outra forma, só veriam em livros ou imagens. Além disso, a taxidermia tem ganhado um público diferenciado entre tutores de animais de estimação, que escolhem a técnica para eternizar seus amados pets após a morte. Um exemplo é o cachorro perdigueiro Sansão, companheiro de caça por muitos anos, que foi eternizado para manter sua memória viva.
Nesta sexta-feira, dia 15, o biólogo e taxidermista Rodrigo Ribeiro de Freitas, proprietário da Arte Zoo e responsável pelas exposições de animais na UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense), esteve no Clube de Tiro Fumacense durante as competições. Rodrigo apresentou sua arte aos atiradores, muitos dos quais também têm a caça como prática comum e utilizam a taxidermia para criar troféus de suas conquistas. O evento foi uma oportunidade de mostrar as nuances da técnica e ressaltar seu valor tanto para caçadores quanto para apreciadores da fauna e tutores de pets.
O processo de taxidermia começa com a remoção cuidadosa da pele do animal, seguida pela limpeza e aplicação de produtos químicos que a protegem contra a decomposição. A estrutura interna é criada com materiais como espuma e arame, projetada para sustentar e manter a pele em uma postura que reproduza a forma natural do animal. Embora a prática moderna respeite diretrizes de preservação ambiental e, muitas vezes, use animais que morreram de causas naturais, a taxidermia ainda enfrenta críticas de grupos que defendem os direitos dos animais. Por isso, a obtenção dos espécimes deve seguir práticas éticas e legais.
No Brasil, a taxidermia tem ganhado espaço em projetos de preservação ambiental e educação. Museus, universidades e zoológicos utilizam a prática para manter registros da fauna local e ensinar sobre a importância da conservação da vida selvagem. A taxidermia, além de sua estética peculiar, é uma ponte entre o homem e o conhecimento da vida animal. Quando executada com responsabilidade e respeito à biodiversidade, torna-se uma ferramenta valiosa para educação e preservação. O avanço das técnicas e a conscientização ética garantem que essa arte continue relevante e respeitada em meio às suas complexidades e desafios.
COMENTÁRIOS